
Do micélio ao mercado: a startup que está substituindo o isopor com fungos
Como a Ecovative Design está revolucionando o setor de embalagens com uma solução de baixo carbono e alto impacto positivo.
A revolução vem do subsolo
Enquanto ainda buscamos alternativas eficazes para reduzir plásticos e embalagens descartáveis, uma solução inovadora está crescend, literalmente, a partir do micélio, a estrutura subterrânea dos fungos. A startup norte-americana Ecovative Design tem usado essa matéria-prima natural para criar embalagens que são compostáveis, regenerativas e com pegada de carbono mínima.
Com sede em Nova York, a Ecovative vem transformando resíduos agrícolas e fungos em produtos moldáveis que substituem o isopor e outros materiais sintéticos usados em caixas, protetores e embalagens industriais. O processo acontece em temperatura ambiente, sem uso de combustíveis fósseis e com emissão de carbono baixa.
De resíduos agrícolas a soluções regenerativas
O grande diferencial está na tecnologia de cultivo de micélio desenvolvida pela empresa. Através dela, é possível moldar materiais para que se adaptem exatamente ao formato dos produtos, como equipamentos eletrônicos ou garrafas, e, ao final da cadeia, retornem à natureza sem deixar rastros. Após o uso, a embalagem pode ser compostada em casa e se decompõe em cerca de 45 dias.
Isso significa que, além de reduzir a geração de resíduos, a Ecovative atua como vetor de regeneração ambiental. E esse conceito se alinha com um novo paradigma de mercado: sair do modelo linear de “extrair-produzir-descartar” e adotar um modelo verdadeiramente circular.
Marcas que embarcaram nessa solução
Empresas como IKEA e Dell já anunciaram o uso de embalagens de micélio para substituir o isopor em suas operações logísticas. Isso mostra que grandes players globais estão atentos às demandas por soluções de baixo carbono e dispostos a adotar materiais que regeneram em vez de apenas compensar.
Por que esse case é importante para o Brasil?
O Brasil é uma potência em biodiversidade e biomateriais, o que nos dá vantagem competitiva para criar soluções semelhantes. A ideia de cultivar materiais a partir da natureza, com inteligência local e sem dependência de combustíveis fósseis, é o tipo de inovação que precisamos para acelerar a transição ecológica.
A Ecovative Design mostra que é possível unir tecnologia, natureza e design para criar soluções que descarbonizam a cadeia, reduzem resíduos e reconectam a economia com os ciclos naturais. Mais do que uma embalagem, eles estão entregando um modelo de futuro.
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