Matéria publicada em 07/03/2025

Setor automotivo acelera exigência de inventário de emissões de fornecedores

A descarbonização da indústria automotiva está ganhando força, e agora a sustentabilidade não é mais uma opção, mas uma exigência.

Grandes montadoras e fabricantes de peças estão cobrando de seus fornecedores um inventário detalhado de emissões de gases de efeito estufa (GEE), tornando esse processo um critério essencial para continuar participando da cadeia de suprimentos.

Por que o inventário de emissões virou prioridade no setor automotivo?

Com metas globais de redução de emissões e a crescente pressão por cadeias produtivas mais sustentáveis, empresas do setor automotivo estão adotando práticas mais rigorosas para mapear sua pegada de carbono.

Montadoras que possuem compromissos de neutralidade climática, como Volkswagen, Stellantis, Ford e General Motors, precisam reduzir suas emissões diretas (Escopo 1 e 2) e, principalmente, as indiretas (Escopo 3), que incluem fornecedores e toda a cadeia de suprimentos. Isso significa que pequenos e médios fornecedores agora precisam medir e reportar suas emissões para continuarem no mercado.

Fornecedores: sem inventário, sem contrato

Empresas que fornecem componentes metálicos, plásticos, vidros e até serviços logísticos para montadoras já estão sendo impactadas por essa exigência. Sem um inventário de emissões confiável e auditável, muitos fornecedores podem perder contratos ou enfrentar dificuldades para se adequar às novas demandas do setor.

A Metalsa, Bosch e Continental são exemplos de fornecedores que já adotam práticas robustas de cálculo e reporte de emissões para manter contratos com grandes fabricantes. Pequenas e médias empresas que ainda não iniciaram esse processo podem enfrentar barreiras competitivas nos próximos anos.

Como os fornecedores podem se adaptar?

Para atender às exigências das montadoras, os fornecedores precisam:

  • Realizar o inventário de emissões de GEE, identificando as fontes de emissões em suas operações;
  • Seguir metodologias reconhecidas, como o GHG Protocol, ISO 14000;

Além disso, é importante que as empresas começem a olhar para uma jornada net zero:

  • Implementar ações de redução, como uso de energia renovável, otimização de processos e logística mais eficiente;
  • Compensar emissões residuais, por meio de créditos de carbono certificados.

Muitas montadoras estão auxiliando fornecedores nesse processo, oferecendo capacitações e plataformas para reporte de emissões. No entanto, a responsabilidade de realizar o inventário é do próprio fornecedor.

O impacto da regulamentação na exigência do inventário

Além da pressão do mercado, regulamentações ambientais também estão acelerando essa tendência. Na Europa, a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) exige que empresas informem suas emissões, incluindo as de seus fornecedores. No Brasil, há discussões sobre a ampliação da regulamentação ambiental no setor produtivo, o que pode tornar o inventário obrigatório para mais empresas.

Inventário como diferencial competitivo

Para fornecedores do setor automotivo, medir e reportar suas emissões deixou de ser um diferencial e passou a ser um critério essencial para manter contratos. As empresas que se anteciparem e adotarem práticas transparentes de medição de emissões terão mais chances de permanecer no mercado e conquistar novos clientes.

O setor automotivo está acelerando a transição para um futuro mais sustentável.

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